Foto: Jean Pimentel (arquivo Diário)
O verão e o período de férias chegaram. Muitas famílias se preparam para viajar e aproveitar o período de descanso. Mas, mesmo fora, a atenção com as residências deve ser redobrada. Casas, apartamentos e ambiente de trabalho devem ser detalhadamente vistoriados antes de viagens. Isso tudo para que não surjam possíveis novos focos do mosquito Aedes aegypti.
O período do verão é o mais propício à proliferação do inseto, por causa das chuvas, e, consequentemente, é a época de maior risco de infecção por dengue, zika e chikungunya. Por isso, a população deve ficar atenta e redobrar os cuidados para eliminar possíveis criadouros do mosquito durante as férias. Qualquer lugar que possa acumular água é um potencial criadouro para as larvas do Aedes aegypti. A orientação é do Ministério da Saúde e dos órgãos de Vigilância em Saúde.
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O ciclo de reprodução do mosquito, desde o ovo à forma adulta, leva em torno de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em viagens de menor duração, é preciso fazer uma série de medidas simples para garantir a limpeza dos ambientes. Recipientes como baldes, garrafas, ralos, lixeiras e outros objetos devem sempre estar fechados ou virados com a boca para baixo. Nos casos dos pratos de vasos de planta, devem ser preenchidos com areia. Os vasos sanitários também devem permanecer tampados e pneus devem ser mantidos em locais cobertos.
Durante a viagem, também é preciso ficar atento ao local de hospedagem, verificando, ao chegar, se há possíveis criadouros do mosquito. Outra forma para evitar as doenças, que deve ser aliada à limpeza, é o uso de repelentes e inseticidas. É importante lembrar que o produto utilizado deve ser devidamente registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante, contidas no rótulo. As gestantes devem ter cuidado especial, devido à relação do vírus zika com a ocorrência de microcefalia em bebês. Em passeios ecoturísticos, o ideal é utilizar roupas que protejam o corpo contra picadas de insetos, como camisas de mangas compridas, calças, meias e sapatos fechados.
MOBILIZAÇÃO
Uma iniciativa que busca dar um panorama da situação da proliferação do mosquito e, ao mesmo tempo, prevenir doenças é a realização do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (Liraa). O Mapa da Dengue, como também é chamado, é um instrumento fundamental para o controle do mosquito. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.
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O último Liraa, atualizado no dia 4 dezembro, aponta que 4.552 cidades de todo o país fizeram o levantamento, sendo que desses, 2.833 municípios estão com índices satisfatórios, ou seja, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito em recipientes com água parada. Estão em alerta 1.310 municípios, com índice de infestação de mosquitos nos imóveis entre 1% a 3,9% e 409 em risco, com mais de 4% das residências com infestação.
Em Santa Maria, os resultados foram divulgados pelo Diário na edição do dia 13 de dezembro. Conforme a Superintendência de Vigilância em Saúde do município, o Liraa apontou a existência de 78 focos em 23 bairros da cidade, o que equivale a uma situação de médio risco para epidemia.
REGISTRO DE CASOS EM 2017 TEVE REDUÇÃO
As três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti tiveram redução significativa em 2017, comparado com o mesmo período do ano passado. Até 25 de novembro, foram notificados 243.525 casos prováveis de dengue em todo o país, uma queda de 83,4% em relação ao mesmo período de 2016 (1.468.908). Com relação ao número de óbitos, também houve redução, passando de 695 mortes em 2016 para 130 em 2017.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 184.660 casos neste ano, queda de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 274.050 casos. Neste ano, foram confirmados laboratorialmente 156 óbitos.
No mesmo período do ano passado, foram 213 mortes confirmadas. A redução do zika foi de 92%, passando de 214.727 registros em 2016 para 17.047 em 2017. Em relação às gestantes, foram registrados 2.207 casos prováveis, sendo 927 confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial. Em 2017, foi registrado um óbito ocasionado pelo zika.